Quando tratamos de segurança em projetos e obras, não podemos deixar espaço para falhas.
Consequentemente, é essencial adotar medidas para garantir o bem-estar dos usuários e o uso correto dos recursos financeiros da gestão.
Um conceito indispensável é a segurança ao incêndio, sendo vital a escolha correta de materiais de acabamento e revestimento. Durante o projeto, é preciso escolher os componentes que atendam ao orçamento do empreendimento e otimizem a experiência do usuário. Além disso, é necessário seguir algumas determinações normativas.
Aqui, vamos ajudá-lo a entender sobre a classificação dos materiais de revestimento devido ao seu comportamento em contato com o fogo e como você deve utilizá-la o seu projeto. Vamos lá?
Qual é a importância da classificação de reação ao fogo dos materiais de revestimento para a segurança de um ambiente?
Os revestimentos adotados em uma obra vão muito além das características estéticas. Na verdade, esses elementos ajudam a construir ambientes sustentáveis e seguros.
Quem utiliza apenas os fatores financeiros para escolhê-los tem grandes chances de comprar gato por lebre. Isso acontece porque material barato, em muitos casos, não oferece a qualidade ou segurança para atender às necessidades do projeto.
A reação ao fogo está relacionada à segurança de um material quando exposto ao fogo.
Resistência que garante segurança
Em um incêndio, por exemplo, os materiais que oferecem maior resistência permitem que as pessoas saiam do prédio a tempo, evitando acidentes. Além disso, esta resistência ajuda a reduzir a velocidade do incêndio, contribuindo também com o trabalho dos bombeiros.
Se o ambiente tiver muitos materiais inflamáveis, o fogo pode se alastrar com facilidade, dificultando o controle das chamas. Da mesma forma, revestimentos que emitem muita fumaça, por exemplo, escondem avisos de segurança e de saída de emergência. Como consequência disso, as pessoas não conseguem se orientar no momento de pânico.
Em outras palavras, a avaliação da reação ao fogo do material é essencial, garantindo projetos seguros e de alta qualidade.
Quais normas devem ser consideradas?
Assim como em todas as disciplinas na construção civil, existem normas que você precisa analisar na hora de ponderar sobre a reação ao fogo de um forro ou revestimento.
Existem várias leis e normas sobre a segurança ao incêndio das edificações. Mas abordaremos aqui a regulamentação do estado de São Paulo, definida pelo Decreto Estadual nº 56.819/11 e pelas 45 Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, uma para cada item de proteção ativa e passiva, como extintores, hidrantes, rotas de fuga, saídas de emergência, entre outros fatores de segurança.
Entre as Instruções Técnicas, podemos citar as que exigem portas corta-fogo e paredes de compartimentação que ofereçam TRRF – tempo requerido de resistência ao fogo – de 60 a 180 minutos.
Elementos encontrados também em hospitais, por exemplo, com o intuito de “atrasar” o desenvolvimento do incêndio, possibilitando a remoção dos pacientes ao criar blocos seguros, já que não é possível esvaziar o local com pressa.
A Instrução Técnica nº10 – CMAR – fala sobre o Controle de Materiais de Acabamento e Revestimento das edificações, determinando as características ideais para garantir a segurança das pessoas e redução de danos, onde os produtos não devem propagar o fogo ou não contribuir para o incêndio, além de apresentar baixa emissão de fumaça em contato com fogo.
NBR 16.626 – Norma de âmbito nacional
Materiais mais seguros recebem classificação I-A (incombustíveis) ou II-A (materiais de difícil combustão e baixa emissão de fumaça), e são recomendados para aplicação no teto ou paredes de todo o tipo de edificação, independentemente da ocupação e uso.
Como cada estado tem as suas próprias instruções técnicas, para padronizar a segurança foi criada a norma NBR 16.626 que determina, em âmbito nacional, normas de ensaios para classificação de materiais de construção devido a reação ao fogo, elaborada com base em normas internacionais, nacionais e na Instrução Técnica nº 10.
O cumprimento da Instrução Técnica nº 10 faz parte dos itens verificados na vistoria do Corpo de Bombeiros antes de emitir o documento de AVCB, que é o laudo de segurança ao fogo e incêndio de uma edificação exigido para se emitir o Habite-se ou Auto de Vistoria.
Lembre-se de que ele é renovado a cada 5 anos, por isso, todos os revestimentos de suas obras devem ter um laudo de acordo com a Instrução Técnica nº 10 e NBR 16.626.
Quais são os riscos do uso de um material pouco resistente ao fogo?
Percebe-se, então, que a dificuldade de um produto queimar é outro ponto fundamental para a segurança de um projeto.
Considerar esse conceito em suas decisões é escolher materiais que dificultam o desenvolvimento de um incêndio – oferecendo condições mais seguras para a desocupação. Isso reduz perdas patrimoniais, preservando a estrutura a tempo da ação efetiva do corpo de bombeiros.
Consequentemente, a segurança dos usuários é colocada em primeiro lugar.
O que um produto de qualidade deve ter?
Um projeto de arquitetura é formado por inúmeras disciplinas. Assim como acústica do ambiente é uma questão fundamental, pois garante redução de ruído e boas condições de comunicação, considerar a segurança ao fogo é imprescindível ao escolher os acabamentos de um projeto.
Lembrando que os materiais mais seguros recebem classificação I-A e II-A. É importante solicitar laudos de reação ao fogo aos fornecedores, a fim de ter certeza da classificação final do produto. Considerando o índice de propagação ao fogo e a densidade de fumaça emitida durante a queima.
Desse modo, analise esses fatores antes de tomar qualquer atitude em suas obras.
Classificações
Os testes de reação ao fogo são procedimentos que testam o comportamento dos materiais quando em contato com fogo.
Uma das normas recomendadas para avaliar a Reação ao Fogo de Forros e Revestimentos, determinando o Índice de Propagação da Chama ou IP, é a norma NBR 9442.
A partir do resultado obtido, é encontrada uma classificação que vai de A ao E — sendo A o mais seguro.
Como são realizados os testes de reação ao fogo?
São realizados com amostras do material em um tamanho pré-determinado, enviados para laboratórios específicos e independentes. Na tabela final, são indicadas as propagações máximas, médias e mínimas.
Outra análise importante é a densidade de fumaça emitida durante a queima – DM. Aqui, se avalia, pela norma ASTM E662, qual a densidade da fumaça emitida. Ou seja, se mais densa e prejudicial ou menor e mais fraca. Os bombeiros aceitam apenas os materiais que emitem densidade de fumaça menor que DM – 450.
Na classificação final do produto são utilizados:
_Números em algarismos romanos (II, III, IV, V e VI) correspondente ao IP
_Letras A ou B em função da densidade de fumaça atender ou não o valor mínimo de DM 450
Produtos de classificação A – propagação de fogo e emissão de fumaça abaixo de DM 450: são considerados produtos Classe II-A. Esses produtos, depois dos materiais incombustíveis, são os mais seguros e oferecem o melhor desempenho de reação.
Importante: mesmo que um produto obtenha baixo IP mas tenha emissão de fumaça acima de DM 450, recebendo classificação II-B, por exemplo, tem a sua utilização vetada pelo Corpo de Bombeiros como revestimento de ambientes fechados.
Na hora de planejar seus projetos e obras, pensar na segurança é fundamental. Portanto, lembre-se sempre de considerar a segurança ao fogo na escolha dos materiais, para evitar riscos de incêndios.
Entendeu como Reação ao Fogo é algo que não pode ser esquecido por um arquiteto que almeja fazer projetos seguros? Agora, entre contato com a nossa empresa e encontre os materiais que você precisa para as suas obras!